A discrepância transversal pode ser representada pela MORDIDA CRUZADA POSTERIOR, ou seja, pela incapacidade de dois arcos em ocluir normalmente no relacionamento transverso/lateral (os dentes de cima não encaixam com os dentes de baixo), podendo ser causada por problemas localizados de posição dentária (mordida cruzada dentária); pela discrepância óssea entre maxila e mandíbula (mordida cruzada esquelética) ou ainda por uma interferência oclusal, como um contato prematuro do dente (mordida cruzada funcional).

Sua etiologia é multifatorial, incluindo alterações congênitas, de desenvolvimento, traumáticas e fatores iatrogênicos.

• Etiologia:
  Hábitos bucais deletérios (sucção prolongada), como chupar dedo ou chupeta.
  
  Respiração bucal (pacientes com problemas respiratórios).
  Importante avaliar se o paciente tem apneia.
  
  Perda precoce ou retenção prolongada de dentes decíduos (de leite).
  Falta de espaço nos arcos (discrepância entre o tamanho do dente e o tamanho do arco);
  Atresia Maxilar (osso maxilar muito pequeno)
  
  
  Fissuras Palatinas (deficiência congênita na formação do osso palato).
• Quando Tratar?
  O tratamento para melhores resultados deve ser realizado quando ainda criança para permitir um crescimento adequado de todas as estruturas envolvidas (dentes, maxila e mandíbula).
  Pacientes que estão em crescimento tem melhor prognóstico do que pacientes adultos. Porém, a odontologia evoluiu e hoje existem tratamentos modernos e apropriados para adultos.
  Muitas vezes o a mordida cruzada posterior está associada a uma Classe III.
• O que acontece se não tratar?
  A consequência da ausência de tratamento vai depender do tipo de mordida cruzada presente e da idade do paciente, podendo apresentar consequências mais simples como a perda de espaço no arco que acarreta em apinhamentos (dentes tortos) ou em consequências mais severas como assimetrias e alterações faciais.
  A mordida cruzada também pode apresentar alterações na mastigação e fonação.
  O tratatamento na época oportuna pode prevenir futuras extrações de dentes. Para alterações esqueléticas se o tratamento não for iniciado precocemente, as chances de Cirurgia Ortognática aumentam.
• Qual o tratamento?
  Para pacientes que estão em crescimento o tratamento é realizado com Ortopedia Facial e para os adultos com Ortodontia.

Juliana Mattos Post Author

Graduada em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre e especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC), com pesquisa realizada na Case Western Reverse University School of Dental Medicine (Cleveland, Ohio). Trabalha com Ortodontia fixa e estética Invisalign em adultos e crianças e com Ortopedia Facial. Membro da Associação Brasileira de Sono, com capacitação em Odontologia do Sono pelo Instituto do Sono de São Paulo. Trabalha com aparelhos para tratamento do ronco e da apneia em adultos e crianças. Doutoranda em Odontologia pela UFBA. Atua no seu consultório em Crianças e Adultos e é Professora de Pós Graduação.